Autor: Admin Néctar da Amazônia

  • Estratégias para meliponicultura

    Estratégias para meliponicultura

    Após o evento Bioeconomy Amazon Summit – BAS 2025 em Manaus, as startups Néctar da Amazônia e Amazônia Bee firmam carta de intenções para desenvolver estratégias para meliponicultura na Amazônia ao atuarem nos Estados do Amapá e Amazonas.

    “Buscaremos soluções pra problemas comuns nessa atividade ao impactar com inovações para demandas de mercado, e aumentar o volume de mel de abelhas sem ferrão produzido na Amazônia, nunca antes alcançados. Ao incluir os atores dos diferentes territórios em desenvolvimento” afirma o CEO da Néctar da Amazônia Richardson Frazão, biólogo que atua no Estado do Amapá.

    Sydnei Fogassa, CEO da Amazônia Bee que atua no Estado do Amazonas ressalta: “Novos arranjos a partir de serviços e produtos que tragam soluções para uma abordagem com o mercado, permitem consolidar um trabalho de medio-longo prazo já alcançado no Amazonas, com centenas de famílias produzindo mel de abelhas sem ferrão em diferentes territórios mas com gargalos de mercado”

    O arranjo será fortalecido com integração de novas startups que atuam na bioeconomia do mel na Amazônia, para que possam desenvolver soluções em rede e agregar valor aos bioativos das abelhas e das comunidades da Amazônia, afirma Frazão.

    Startups Néctar da Amazônia e Amazônia Bee
    Startups Néctar da Amazônia e Amazônia Bee

  • Néctar da Amazônia na PEGN

    Néctar da Amazônia na PEGN

    Matéria em Pequenas Empresas Grandes Negócios, do grupo Globo, a Néctar da Amazônia junto com seu fundador Richardson Frazão, biólogo amapaense, sobre a projeção de faturar R$ 500 mil com a startup Néctar da Amazônia. Assuntos como início da Néctar, o mel de açaí, as abelhas sem ferrão, exportação dos nossos produtos inclusive para fora do Brasil,expansão dos derivados do mel dentre outros assuntos.

    O açaí depende de polinização, e estudos feitos por mim e por colegas apontaram para uma biodiversidade muito alta nas flores do açaí. Mapeamos quais espécies estão polinizando o açaí e começamos a levar as colmeias mais para próximo do açaizal”, afirma. “O mel produzido ganhava características únicas de sabor e aroma. Isso despertou meu interesse em transformar o mel de açaí em um produto diferenciado no mercado.

    A Néctar da Amazônia é uma startup sediada no Amapá, focada na estruturação e comercialização da cadeia do mel na região Amazônica. A empresa se destaca pela produção e venda de mel de açaí, um produto considerado raro e exclusivo. A startup atua com uma rede de produtores parceiros e tem alcançado mercados nacionais e internacionais. O objetivo atual é buscar investimento para expandir a operação e ter colmeias próprias.

    Richardson Frazao mostrando os produtos de mel

    A matéria completa está em: https://revistapegn.globo.com/startups/noticia/2025/05/biologo-do-amapa-projeta-faturar-r-500-mil-com-startup-que-vende-mel-de-acai.ghtml

  • Apoio a produção dos quilombolas

    Apoio a produção dos quilombolas

    Mel de abelhas sem ferrão comercializado na Comunidade de Mel da Pedreira zona rural de Macapá
    Mel de abelhas sem ferrão comercializado na Comunidade de Mel da Pedreira zona rural de Macapá

    Um entreposto de mel esta sendo projetado por uma equipe multidisciplinar do GEA-SDR/SEPLAN/RURAP/DIAGRO/IEPA/Néctar e a associação de produtores de mel da pedreira AMORQUIMP. Este entreposto dará apoio na consolidação da produção de mel, ao possibilitar registrar os produtos derivados da Meliponicultura e da Apicultura com mais segurança para o mercado local e regional.

    A produção de mel advinda do território das comunidades quilombolas, especialmente da Comunidade Quilombola de Mel da Pedreira zona rural de Macapá, será impactada ao dar maior qualidade e aumento da autoestima dos produtores.
    Mais de 100 produtores de pelo menos 8 comunidades serão beneficiados direta e indiretamente com a casa do mel.
    A produção de mel é uma poderosa ferramenta contra o desmatamento da floresta tropical especialmente no Amapá.
    O PPI do Mel foi anunciado no último dia 20 de fevereiro pelo GEA.

  • Deguste do nosso mel do seu jardim

    Deguste do nosso mel do seu jardim

    Por Richardson Frazão

    A prática do manejo das abelhas sem ferrão, tem se estabelecido em chácaras, sítios e áreas verdes do entorno de Macapá no Amapá, um processo de conservação das espécies de abelhas nativas da região, ao aumentar o consumo de mel saudável, sendo apreciado até de canudinho para degustação desta iguaria das florestas amazônicas

    O casal Rudyr Menezes e Antônio Monte buscaram conhecer a criação de abelhas sem ferrão (Meliponicultura), ao fortalecer o pomar da sua propriedade para obterem frutos e o saboroso Néctar da Amazônia. Para isso, receberam orientações da Néctar da Amazônia. Onde, a formação permitiu, maior segurança para implementar as primeiras colmeias matrizes de abelhas sem ferrão no entorno de sua residência, ao valorizar as áreas verdes de sua propriedade.

    Após 12 meses de manejo o casal de meliponicultores já toma mel no canudinho junto a sua família e realiza as primeiras colheitas. Agora com mais de 40 colmeias buscam organizar sua produção de mel, manter o mel na mesa e fortalecer as colmeias no entorno da sua propriedade para as próximas colheitas.

    Agora sei que em toda a primavera a partir de julho de cada ano as abelhas estocam o mel delicioso, esse Néctar. É fácil de coletar, pois, as abelhas não possuem ferrão e é uma delícia –

    Afirmou Rudyr Menezes!

    Abelhas sem ferrão no entorno de Macapá

    Em 2004 um estudo pioneiro realizado pelo Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá – IEPA nas áreas de “ressacas” de Macapá e Santana (ver Frazão & Silveira, 2004), apresentou um pouco da diversidade de abelhas sem ferrão e a necessidade do uso sustentável das espécies ocorrentes nessas áreas denominadas de ressacas, as quais circundam os municípios de Macapá e Santana. Estas áreas são ambientes úmidos e lacustres que circundam a cidade de Macapá, ao formarem uma rede de drenagem natural dás aguas e ventos que auxiliam na qualidade térmica da cidade.

    Com a expansão das atividades de baixo impacto ambiental e a demanda por produtos saudáveis como o mel. Os primeiros meliponários começam a ser implementados de maneira organizada, respeitando as áreas verdes e seguindo as diretrizes da CONAMA 346.

    É importante ressaltar que o fogo é uma ameaça para quem vai instalar os meliponários, tanto em pequena como em média escala. O mel é consequência de um bom trabalho com as abelhas e a conservação dos ambientes onde são instaladas.

    A Néctar da Amazônia oferece orientações básicas e estruturadas para quem tem interesse de iniciar na Meliponicultura e necessita ampliar as matrizes para produção de mel.

  • Contribuições sobre a ecologia de abelhas na Amazônia, Brasil

    Contribuições sobre a ecologia de abelhas na Amazônia, Brasil

    Por Richardson Ferreira Frazão*

    São três importantes trabalhos  em colaboração com pesquisadores  do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA), Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuária (EMBRAPA-AP), Universidade do Estado do Amapá (UEAP), Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP) e Universidade Federal da Bahia (UFBA). Elas fortalecem a produção acadêmica e nos ajudam a popularizar a ciência regional e do Brasil.

    O entusiasmo em desenvolver pesquisas com as abelhas na região é fortalecido, e a partir dessas publicações e de outras que estão em curso com diferentes abordagens, em especial sobre a ecologia e interações com os ecossitemas amazônicos. Nos ajudam a consolidar uma primeira etapa da produção acadêmica a partir do mestrado. E devem seguir com o desenolvimento do doutorado entre outras perspectivas.

    No primeiro trabalho buscamos contribuir com o conhecimento da Castanha-da-Amazônia, liderado pelo pesquisador Dr Marcelino Guedes (EMBRAPA-AP) que desenvolve importantes pesquisas sobre a ecologia da Castanha-da-Amazônia, especialmente na região sul do Amapá na RESEX Cajari. Abordamos indicadores  da diversidade de abelhas (Figura 1 a, b, c) que ocorrem na região, por ser uma importante área de ocorrência de espécies de abelhas sem ferrão, entre outros indicadores que envolvem o papel das comunidades e extrativistas  como verdadeiros guardiões desses patrimônios. O trabalho intitulado Serviços ecossistêmicos da floresta com castanheiras e serviços ambientais prestados pelos agroextrativistas – manejadores e guardiões da floresta em pé, está no Capítulo 11 do Volume 1 que trata dos Aspectos  sociais, econômicos e organizacionais do livro Castanha da Amazônia.

    Figura 1 Abelhas registradas em áreas de castanhais na RESEX Cajari em Laranjal do Jari – AP em fevereiro de 2023. Em a) ninho de abelhas sem ferrão em castanheira (Bertholletia excelsa Bonpl), b) Abelha sem ferrão Melipona paraensis pousada em folha, c) Abelha Eulaema spp (Euglossini) capturada por comunitário na Comunidade do Marinho. Mosaico de fotos: R. Frazão

    No segundo trabalho contribuimos no estudo de subtâncias químicas de três espécies de abelhas sem ferrão (Meliponini), amplamente ocorrentes no Estado do Amapá, as quais vem sendo manejadas pela Meliponicultura (criação racional de abelhas sem ferrão na Amazônia). Essas abelhas possuem vários subprodutos como o geopropólis, cujas propriedades químicas são minimamente conhecidas e aplicadas em prol de estratégias de agregação de valor comercial para consolidar a atividade na Amazônia, gerar renda e a conservação da biodiversidade local. O trabalho foi captaneado pelo Dr Darlan Coutinho dos Santos (UEAP) a partir do seu pós-doutorado desenvolvido na Universidade Federal da Bahia – UFBA. Os testes avaliaram que o geopropólis da abelha Melipona paraensis (Figura 2) foi 60% eficaz contra bactérias do gênero Staphilococus spp. Os geopropólis de M. fulva (jandaíra) e M. compressipes (tiúba, uruçu cinzenta) não foram ativos nos testes nesse estudo. Isso abre uma perspectiva de melhoria no manejo da abelha M. paraensis em colmeias racionais para um aproveitamento dessa matéria prima, ao possibilitar estudos na área de farmácos com desenvolvimento de novos medicamentos a partir de suas propriedades.  O trabalho intitulado CHEMICAL CONSTITUENTS AND ANTIBACTERIAL ACTIVITY OF THREE TYPES OF AMAZONIAN Melipona spp. GEOPROPOLIS pode ser acessado na revista Quimica Nova, Vol. XY, No. 00, 1-5, 200_  ou http://dx.doi.org/10.21577/0100-4042.20230096

    Figura 2. Abelha sem ferrão Melipona paraensis com resina coletada de planta na região sul do Amapá. Foto: R. Frazão

     

    O terceiro trabalho trata dos hábitos de nidificação de uma abelha solitária Diadasina paraensis (Ducke, 1912) (Figura 3 a, b, c, d) que utiliza locais úmidos na margem de afluentes do Rio Amazonas, para construir seus ninhos agregados. O interessante é que, espécies desse grupo de abelhas (Emphorini) apresentam padrões similares na arquitetura dos ninhos. E essas abelhas tem a capacidade de voltar a nidificar nos mesmos locais durante anos. Por isso a importância de preservar seus locais de nidificação para conservação das espécies. Utilizam recursos florais de uma gama de espécimes ao auxiliarem na polinização. O trabalho intitulado “First nesting site record and observation of nesting behavior of the bee species Diadasina paraensis (Ducke, 1912) (Hymenoptera, Apidae, Emphorini)” foi publicado como nota cientifica na revista Entomological Comunications de acesso livre e pode ser acessado pelo doi: 10.37486/2675-1305.ec05017

     

    Figura 3. a, c Vista frontal e b, d lateral de D. paraensis. Fotos: Dra Kelli Ramos – MZUSP

    Essa é uma sintese de nossas contribuições acadêmicas  com as abelhas na Amazônia brasileira. Espero que tenham gostado dos trabalhos, para popularizar a ciência e incentivar que novos estudos sejam desenvolvidos com as temáticas apresentadas por jovens pesquisadores que estão chegando. Obrigado!